Por que estamos em estado de alerta?

A estiagem é um período cíclico de menor chuva e comum em todos os anos, durante o inverno. Porém, devido às condições climáticas das últimas décadas, principalmente por influência do fenômeno “La Niña”, essas reduções de chuva têm sido mais severas nos últimos anos, resultando em menor recarga das nascentes e do nível de diversos reservatórios (barragens) em nossas Bacias PCJ.

Outro fator recente que nos leva a este “estado de atenção” é o aumento do consumo de água nas casas, devido às novas rotinas das pessoas durante a pandemia do Covid-19. Daqui em diante é muito importante que cada um – pessoas, empresas, órgãos públicos – faça a sua parte para economizar e pensar em maneiras mais eficientes para o uso da água no dia a dia.

(1) Porcentagens do volume útil armazenado no Sistema Cantareira em 26/05/2021 e em 26/05/2022. (2) Comparação entre a chuva acumulada média registrada (01/01/ 2022 até 26/05/2022) e a média histórica calculada com dados referentes de janeiro a maio de cada ano (de 2011 a 2021), para posto de medição em Piracicaba/SP (-10,41%) e em Atibaia/SP (-22,57%). (3) Comparação entre a vazão acumulada média registrada (01/01/ 2022 até 26/05/2022) e a média histórica calculada com dados referentes de janeiro a maio de cada ano (de 1982 a 2021), para posto de medição no Rio Piracicaba, em Piracicaba/SP.

CONSEQUÊNCIAS DA ESTIAGEM

Com a estiagem, uma redução no abastecimento de água e possíveis racionamentos ou, até mesmo a falta de água em algumas regiões, podem ocorrer.

Sabemos o quanto a água é importante para o abastecimento, por isso, não podemos deixar de nos anteciparmos, pois essa é uma época do ano em que rios e nascentes acabam por secar e trazer a possibilidade de perda de biodiversidade (mortalidade de árvores, plantas e animais).

Tudo isso afeta diretamente a qualidade de vida, é preciso usar a água de forma eficiente e lutar pela revitalização desses rios e nascentes. 

 

COMO FAZER UM USO EFICIENTE DA ÁGUA?

Com banhos mais rápidos, descargas com acionamento duplo nos vasos sanitários, ao escovar os dentes com a torneira fechada, com o uso de um regador para regar plantas no lugar de mangueiras, realizando a instalação de torneiras cujo fluxo de água seja menor, na reutilização de água para limpeza de quintais ou calçadas, além de buscar identificar vazamentos e realizar seu reparo.

Não jogar lixo em ralos de pia e vasos sanitários também é uma forma de fazer um uso eficiente da água.

Todas essas ações são importantes para que, em meio a uma estiagem, não falte água para utilizarmos em nosso dia a dia. Sem contar que, são hábitos sustentáveis importantes para o meio ambiente.

CIDADES DAS BACIAS PCJ E SUAS FONTES DE ABASTECIMENTO

Com tempos mais frios, uma nova estiagem é prevista, o que significa que, por conta do tempo seco, menos chuvas ocorrerão.

Cada munícipio tem uma característica única em razão de sua estrutura para captar, tratar, armazenar e distribuir a água, a considerar ainda o perfil de consumo de sua população e das atividades econômicas locais. Outro dado relevante para o abastecimento são as fontes de captação de água disponíveis em cada cidade, que podem variar em quantidade e volume de água circulante.

Nas Bacias PCJ, 19 cidades se beneficiam da água que verte das represas do Sistema Cantareira para os rios Atibaia e Jaguari, conforme mostra o mapa ao lado. As demais 57 cidades captam sua água de poços e de outros rios e ribeirões menores. Essas chamadas “soluções locais” são mais vulneráveis aos efeitos da estiagem.

É muito importante que cada cidade, tendo em vista sua realidade específica, pense em alternativas para enfrentar esses momentos de escassez.

Onde a água é mais usada?

A água é igualmente importante em todas as suas aplicações. No uso doméstico ela é mais percebida por todos nós. Porém, temos sempre que lembrar que a água tem inúmeras funções de auxílio no comércio, na indústria e no meio rural, sempre gerando benefícios para toda a sociedade. Nas bacias PCJ o uso da água é predominante nas cidades, com 44% da aplicação, devido a concentração demográfica da nossa região. Outra característica local é a força de produção, com um polo industrial responsável por 31% do uso de água empregado em processos produtivos. Por fim, as atividades agrícolas alocam outros 25% da água, predominantemente na irrigação para a produção de alimentos.